22 maio 2006

Tenho dias que eu sou muito eu

Este fim de semana revi o Before Sunrise (julgo não estar a exagerar) pela 4ª vez, desde 1995 e testemunha há que me viu em pranto silencioso no final do filme. E porquê? Porque a adolescente imbecil de tão romântica que me habita sentiu-se inexplicavelmente triste por nunca lhe ter acontecido nada assim dentro do género.

E porque o pessimismo e cinísmo da jovem mulher que não é tão estupidamente romântica, como a sua antecessora É claro que os dois não vão encontrar-se... lutava interiormente com a tal adolescente ingénua que insistia no oposto Claro que vão! E sem saber como, a pessimista ganhou; a garotita rendeu-se e eu lá soltei uma avalanche de lágrimas. Eu a pequena por ter sido derrotada e eu a graúda por ter derrotado a miúda.

16 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Olá lindita, chegou a altura de te deixar um post, no teu "maravilhoso" blog - que tu tanto amas ;)... Adorei esse filme e tal como tu quase morri encharcada em lágrimas!!! Só de ler o teu post as emoções começaram a fervilhar... Continua com essa tua veia artística..e delicía os teus leitores :))
Jinhos Grandes

3:58 da tarde  
Blogger josé alberto lopes said...

a isso chama-se aproveitar o momento, eles estavam sozinhos, resolveram "arriscar" uma conversa, testar a compatibilidade. resultou! bem demais até. assim nascem histórias de amor intensas, neste caso alicerçadas por interpretações tão credíveis de ethan hawke e julie delpy que nós até ficamos a pensar se eles não se apaixonaram mesmo durante a rodagem. quanto ao final... ficamos sempre a torcer por um final feliz (como no excelente "When Harry met Sally, com Meg Ryan e Billy Crystal), mas neste caso o final "caiu" bem. há histórias de amor tão intensas que são para ser vividas no imediato e recordar depois... num próximo encontro. que aconteceu mesmo, no filme "before sunset".
parabens pelos gostos cinematográficos!

4:03 da tarde  
Blogger rafaela said...

Não vi esse filme =), mas vou procura-lo, mas olha eu também choro muito com o cinema, tenho batalhas dessas.

**

5:03 da tarde  
Blogger rcv said...

Lol... hoje de manha passei por aqui e vi que nao havia posts novos. E agora, que me preparava para me pirar para casa, pensei: "Espera, mas a br esteve, acho, a trabalhar, hoje. Por isso, de certeza que escreveu no blog!!" E nao e que tinha razao!!lol

Quanto ao filme (ja que aqui estou...). E muito bonito, sim senhor. Mas, nao sei bem porque, o jovem adolescente que tenho dentro de mim (ha quem duvide) nao gostava nada que alguma vez lhe acontecesse algo do genero. So mais uma coisa... nao acho o filme assim tao romantico. E facil ser romantico durante 24 horas. Dificil mesmo e surpreender ao fim de 5, 10, 15, 20... anos de relacao. Esse sim, e o verdadeiro romantismo, porque ai ja nao da para enganar. Ou se ama, ou nao.

8:33 da tarde  
Blogger BR said...

Butterfly: Obrigada minha menina das flores (deixaste-me coradita)a mim e ao ego que está ali quase a conseguir atravessar a porta. Abraço apertado!

Isaac Davis: When Harry Met Sally, um dos filmes favoritos da rapariguita romântica dentro de mim! Muito bem.

Rafaela: É bom, muito bom. Procura, vê, chora o que tiveres a chorar e, depois de digerires, se me permites a sugestão, vê o Before Sunset. Uma das poucas sequelas que preferi ao original.

RCV: Admito que para alguns possa parecer fácil parecer romântico durante 24h, no entanto, ser romântico durante 24h é diferente e, perdoe-me a mulher de César, não acho que mais importante que sê-lo seja parecê-lo. Vai daí (sei que gostas da linguagem corrente), que difícil é ligarmo-nos a alguém ao ponto de querermos e sermos sem pensar e sem querer românticos por 24h ou 20 anos.

11:41 da tarde  
Blogger rcv said...

cara br,
entao? O que e isto?

Comeca por me tratar na terceira pessoa (e bem), para depois passar a usar a segunda pessoa do singular, e ate (!), insinuar que me conhece ("sei que gostas...")?!?! Vamos la ver estas "cunfias"!!

Eu nao disse que era mais facil "parecer" romantico por 24h, do que "se-lo" durante 20 anos. Repare que nao perderia tempo a comentar quem "parecesse" se-lo. Nao comento "gigoloismo"(??). A unica coisa que quis dizer e que e "facil" ser (genuinamente) romantico por 24h. Afinal, ainda se esta na fase das "estrelas" e encantamento. Dificil e depois, quando se deixa o encantamento e se constroi o amor. Mas (vou me meter consigo!!), quem nunca amou, nao sabe que e diferente!!! Lol (brincadeira!)

E, meus amigos... um filme com a Meg Ryan NUNCA e bom... por favor... actriz mais que mediocre! Daqui a nada estao a dizer que amaram o "Cidade dos Anjos", com aquele canastrao do Nicholas Cage a fazer cara de cachorrinho (muito rafeiro) abandonado o tempo todo...

12:13 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Para RCV:
Meu caro, atrevo-me quase a dizer que nunca amou alguém em toda a sua vida..(Excepto a si mesmo..)A Cidade dos Anjos - embora não aprecie muito a nossa amiga Meg - admito que está muito conseguido...Embora seja ficção, a lição final faz-nos reflectir sobre o real sentido das "coisas".. Será que você é feliz? Ou o Eu que tenta transparecer não passa de uma defesa?

2:34 da tarde  
Blogger BR said...

Meu estimado RCV,

As minhas mais sinceras desculpas pela notória falta de cortesia da minha parte. Ainda assim gostaria de justificar a terrível falta em tê-lo tratado na 2ª pessoa. O facto de cá aparecer e comentar (sempre com tão amáveis palavras) fez-me sentir que quase o conhecia... E respondendo à rara crítica válida em que me acusava de me parecer, na escrita, à M.R.P. (coitada da senhora, até me custa bater mais na ceguinha) - tratei-o por tu, e escrevi como lhe falaria correntemente. No entanto, consigo, no more "cunfias", and that's for sure.

Quanto à Meg, ela é - e ressalvo que cada opinião não é mais do que uma opinião - uma actriz menos boa, mas não tomando a parte pelo todo, nem fazendo como disse ontem Carrilho "uma generalização injusta" (deixe-me parar e rir) este filme com o Billy Cristal é uma excepção à regra. E que, aqui entre nós, o caro RCV até deveria gostar, pois a essência do filme é valorizar a construção e a partilha ao longo do tempo, mais do que a inflamada quantidade de energia e “romantismo” de um dado momento em especial.

Mas eis que chega o verdadeiro ponto da discórdia. Eu não comparei o “parecer ser romântico durante 24h” com “ser romântico durante 20 anos”. Para se fazerem comparações não poderiamos alterar 2 variáveis. Eu escrevi sobre “ser romântico durante 24h” e “parecê-lo”. Porque é ainda mais fácil fingir que se é romântico do que, de facto, sê-lo.

Para além disto, o período de tempo muito ou pouco tem a ver com ser romântico. Tem a ver com amar, nisso concordamos,... e eu nunca falei em amar! Falei em romancear, em ser romântico pela simples razão de que nos sentimos impelidos a isso por uma força que vem de dentro (de nós e do outro).

Um beijo, my darling... ups, desculpe.
Um beijo,
BR

2:39 da tarde  
Blogger CoRtO MaLtEsE said...

É com agrado que constato 2 pontos:

1. RCV, concordo com a parte do romance só começar depois das crises - muitas dessas e cai o 'R';

2. Gosto de ver as pessoas a darem-se bem (my darling espero ser real, já que falamos destas coisas...;)

Best Regards,
Corto

6:39 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Agora é que estou mesmo confuso. Não era este post acerca de um filme sobre duas pessoas que se conhecem e que criam empatia uma com a outra? Sabe-se lá o que aconteceu passados 5, 10, 15 ou 20 anos...

:)

7:42 da tarde  
Blogger rcv said...

Caro Corto,

esta historia de concordar comigo nao me agrada nada. Primeiro porque nao abona nada a seu favor. Segundo, porque tira a piada toda a esta troca de "mimos". Ja me basta ter de ser simpatico na "vida real".

Cara butterfly,
Noto que se refere ao meu "Eu" com maiuscula. Obrigado. Isso coloca-me hierarquicamente no posto exactamente acima do Nicholas Cage nesse filme "muito conseguido" (seja la o que isso quer dizer).

rcv

7:47 da tarde  
Blogger BR said...

Meu tão querido Corto:

1. A certeza de que se ama, fala a voz da inexperiência assumida, começa depois das crises;

2. Sim, é real. Adoro o meu rcv retorcidozinho.

BR

7:52 da tarde  
Blogger BR said...

Confúsio has a point.
Estamos a desviar-nos...

RCV: Sabe o que é que é mau? É aquela cara do Nicholas Cage... Tenho um amigo que a imita na perfeição!!!

Beijos,
BR

7:59 da tarde  
Blogger CoRtO MaLtEsE said...

Por acaso sempre adorei o Nicolau Gaiola - Leaving Las Vegas é um marco na minha muito limitada (sou absolutamente contra modéstias) cultura cinematográfica.

Em relação aos mimos, my darling RCV, um beijinho e até amanhã.

É que eu não sou simpático na vida real...

Corto

8:03 da tarde  
Blogger rcv said...

Corto:
assim, cinico e ironico, ja gosto mais.

8:15 da tarde  
Blogger CoRtO MaLtEsE said...

óptimo. gosto que gostes de mim.

Corto

9:33 da tarde  

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