
Ontem fui dar uma volta. E que grande volta... Entrei na Serra da Freita, pelo lado oposto àquele em que esperava entrar, depois de andar perdida durante, mais coisa menos coisa, 30 km. É verdade que sou mulher, mas também é verdade que não gosto de pedir indicações. Vejo um certo encanto boémio e despreocupado em andar ao desatino em estradinhas com 25% de inclinação e em saber que 10 cm para lá do pneu, não há nada senão o abismo.
Subir a serra é, para alguns, uma emoção... descê-la é, para aqueles que viajam comigo, uma NDE (Near Death Experience), principalmente quando há gelo na berma e, em particular, quando eu, confundindo esse gelo com neve, imobilizo a viatura no meio da estrada e desato a atirar bolas de gelo com uma força capaz de pôr um cavalo sem consciência... not. Claro que não cheguei a atirar bola de gelo nenhuma, (POR QUEM ME TOMAIS?) mas houve quem tentasse enfiar-me um grande naco gelado pelas costas abaixo.
O destino eram as famosas
Pedras Parideiras e a Frecha da Mizarela (não imagina o leitor as vezes que eu disse Mijarela em vez de Mizarela – e talvez por isso estivesse relutante em pedir indicações) e, por fim, já quase noite e no cume da serra, encostei o carro e perguntei o caminho. Escusado será dizer que tivemos que percorrer no sentido contrário àquele em que nos encontrávamos uns 15 km, não sem antes ter um ataque de riso, graças à minha melhor metade que, relativamente ao gentil senhor que nos indicou a Frecha, disse o seguinte: “Aquele senhor ou sabe do que fala ou tem talento para imitar sotaques.”
Foi um passeio maravilhoso. Inalámos o ar frio da serra, observámos as quedas de água da Frecha da Mizarela, procurámos pedras “paridas”, vimos cabras montesas, ovelhas, vacas e cavalos sem pastor à vista e digam o que disseram eu vi neve. Tudo isto com o amor da minha vida e graças à minha amiga do coração.
I am seriously happy!
BR
A
Foto é da Frecha da Mizarela